Israel confirma ataque ao Iêmen após houthis relatarem bombardeios
Ação militar ocorre um dia após rebeldes lançarem míssil contra principal aeroporto israelense


Israel realizou uma série de bombardeios no Iêmen nesta segunda-feira (5), confirmados oficialmente pelas Forças de Defesa israelenses (IDF) através de comunicado em suas redes sociais. Os alvos atingidos foram o Porto de Hudaydah e a Usina de Concreto "Bajil", localizada a leste da cidade de al-Hudaydah.
"Caças da IAF atingiram alvos terroristas pertencentes ao regime terrorista Houthi, ao longo da costa do Iêmen. O ataque foi realizado em resposta aos repetidos ataques contra o Estado de Israel. Este ataque degrada ainda mais as capacidades econômicas e de desenvolvimento militar do regime", informou o comunicado oficial israelense.
Os primeiros relatos dos bombardeios vieram da emissora de TV Al Masirah, afiliada aos Houthis, que contabilizou seis ataques, atribuindo-os a Israel e aos Estados Unidos. No entanto, uma autoridade americana, falando sob condição de anonimato à agência Reuters, afirmou que as forças dos EUA não estiveram diretamente envolvidas nos ataques desta segunda-feira, embora haja uma coordenação geral entre os dois aliados.
Motivação e escolha dos alvos
Em seu comunicado, as Forças de Defesa de Israel explicaram a escolha dos alvos, acusando o Irã de estar por trás das ações dos rebeldes houthis. Segundo o texto oficial, os houthis operam "sob a direção e financiamento iranianos".
O Porto de Hudaydah, segundo maior do Mar Vermelho depois de Áden, é o ponto de entrada para aproximadamente 80% das importações de alimentos do Iêmen. De acordo com Israel, o local "é usado para a transferência de armas iranianas, equipamentos militares e outros equipamentos destinados a fins terroristas".
Quanto à Usina de Concreto "Bajil", o Exército israelense afirmou que ela "funciona como um recurso econômico significativo para os Houthis" e "é usada para a construção de túneis subterrâneos e infraestrutura terrorista para o regime".
Ataque prévio ao aeroporto de Israel
Os bombardeios ocorreram um dia após os rebeldes houthis lançarem um ataque contra o Aeroporto Internacional Ben Gurion, principal terminal aéreo de Israel. Imagens de um circuito de segurança mostraram o momento em que um míssil caiu no entorno do local no domingo (4).
Antes desse ataque, os Houthis já haviam anunciado que pretendiam impor um bloqueio aéreo total a Israel, com ataques repetidos ao Aeroporto Ben Gurion e a outros terminais do país, conforme publicação em um canal público no Telegram.
Reação de Netanyahu
Ainda no domingo, após o ataque ao aeroporto, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia prometido uma resposta contra os Houthis.
"Os ataques dos Houthis vêm do Irã. Israel responderá ao ataque Houthi contra o nosso principal aeroporto. E, no momento e local que escolhermos, aos seus mestres terroristas iranianos", escreveu Netanyahu em sua conta na rede social X.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, também se manifestou logo após o ataque, afirmando que "quem prejudicar Israel será prejudicado sete vezes mais."
Os rebeldes houthis do Iêmen têm lançado mísseis contra Israel desde o início do conflito em Gaza, afirmando estar agindo em solidariedade aos palestinos.
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